"Os Portugueses ousaram cometer o grande Mar Oceano"
Pedro Nunes



sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Fotografia oficial


Aqui está a fotografia oficial do BA nos 40 Anos.
Escola Naval, 25 de Novembro de 2010.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Encontro do BA em 11 de Dezembro de 2010- Mora

Que me desculpe quem não ficou na fotografia, mas foi o que se arranjou. Com a devida venia e presumindo não estar a cometer nenhuma gafe, incluo tambem fotografias da miudagem, nossos descendentes e sucessores ( que tambem têm direito de aparecer no ecran ). Vejam só os avós babados e atarefados.

Mas, relevante e bom mesmo, foi ver e estar com os BA´s e  respectivas famílias.
Excelente almoço, num bom sítio e óptimo ambiente. Mais uma vez obrigado pelo trabalho e forte abraço.
Saude e sorte para todos, até ao nosso proximo encontro.

P.S. Aguardam-se noticias do Abel Ivo, que certamente tem tambem alguma coisa para mostrar.







Locas

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Escola Naval - 25 Novembro 2010

Fotos do Bellini























Escola Naval - 25 Novembro 2010

Lição do Comandante Saturnino Monteiro


40° Aniversário da entrada para a Escola do curso «Baptista de Andrade»

Ex.mo Senhor Almirante Comandante da Escola Naval
Os meus agradecimentos pela forma como me tem recebido nestas minhas frequentes visitas.

Caros camaradas e antigos cadetes do Curso «Baptista de Andrade»
Os meus agradecimentos por me terem associado à vossa festa.

Quando fui convidado para proferir mais uma lição ao vosso curso, confesso que tive uma certa dificuldade em escolher o tema. Decidi-me por escolher um que tivesse algum interesse actual e, ao mesmo tempo, pudesse ser tratado em poucas palavras, como convém a uma lição meramente simbólica. Tendo em conta que fui vosso professor de Organização e desde muito novo sou um apaixonado por este tema, decidi-me por vos apresentar algumas reflexões acerca da importância que tem a Organização para que se possa ultrapassar a difícil crise que o nosso País neste momento atravessa.

Como sabem, considera-se tradicionalmente que os factores da produção são três: Terra, Capital e Trabalho. Por Terra entendem-se todos os recursos naturais disponíveis. Neste sentido, o mar ou o vento, por exemplo, fazem parte do factor Terra. Por Capital entende-se o dinheiro ou o crédito disponível à partida para realizar determinado empreendimento. Por Trabalho entendem-se os recursos humanos disponíveis: trabalhadores propriamente ditos, técnicos e dirigentes.

Não me parece que esta definição esteja correcta. Em minha opinião os factores de produção são quatro e não três: Terra, Capital, Trabalho e Organização. É inquestionável que se tivermos duas empresas com iguais recursos humanos, materiais e financeiros, uma delas com uma boa organização e a outra com uma má organização, a primeira fabricará necessariamente produtos melhores, mais baratos ou em maior quantidade. Durante a frequência do Curso Geral Naval de Guerra, contaram-nos que Ford, o famoso americano construtor de automóveis, terá dito um dia que mesmo que lhe tirassem as fábricas, as matérias-primas, os trabalhadores e o crédito mas lhe deixassem a Organização, no ano seguinte teria novamente a empresa a funcionar! Claro que se trata de um exagero. Provavelmente Ford nunca tal disse. Mas a história serve para ilustrar as vantagens indiscutíveis da Organização.

É costume dizer-se que Portugal tem poucos recursos naturais e que o nosso atraso em relação às nações mais ricas do mundo se deve a, durante a Idade da Indústria; não dispormos de petróleo nem de carvão nem de aço. A verdade é que a Suíça que é um dos países mais ricos do mundo não tem petróleo nem carvão nem aço, o que parece demonstrar que o mais importante não será propriamente ter recursos naturais mas sim saber aproveitá-los bem. Neste momento, em que já deixamos para trás a Idade da Indústria e estamos vivendo na Idade da Comunicação, da Ecologia e da Globalização, em que se está verificando uma transição inevitável das energias fósseis para as energias renováveis, haverá que ter em conta que Portugal é o País da Europa que tem simultaneamente mais vento, mais sol, mais chuva e mais ondas, aliado a um clima e a uma posição geográfica particularmente favoráveis ao Turismo. Para não falar na produção de certos mimos, apreciados em todo o mundo, como são desde há muito o vinho do Porto e agora, segundo as últimas notícias, ... os pastéis de nata!

Também é costume atribuir-se as nossas desgraças à falta de trabalhadores, técnicos e dirigentes qualificados e, sobretudo, à fraca qualidade dos nossos políticos. Não me parece que isso seja correcto. Em toda a parte do mundo há trabalhadores portugueses que são apreciados pela sua competência profissional, pela sua honestidade, pela sua excepcional capacidade para se adaptarem à culturas locais e pelo seu espírito de iniciativa a que costumamos chamar o desenrascanço. Os nossos estudantes que frequentam cursos no estrangeiro são geralmente dos melhores classificados. Temos técnicos e cientistas portugueses trabalhando com sucesso nas universidades e nos organismos de investigação científica mais importantes a nível mundial. Temos jogadores de futebol que são dos melhores do mundo. Temos treinadores liderando as melhores equipas de futebol da Europa, da África e da Ásia. Temos políticos portugueses ocupando altos cargos nas principais organizações internacionais. Recentemente foi noticiado que um português foi convidado para dirigir o maior banco de Inglaterra. Não nos podemos queixar de falta de recursos humanos. Tenho a convicção de que continuamos a ser o mesmo Povo, o mesmo grande Povo que fomos no passado.

Será que o que nos falta é o capital necessário para aproveitar melhor os nossos recursos naturais e humanos? Julgo que não. O dinheiro e o crédito são apenas números escritos em papel que representam bens que já existem ou que se presume que existirão a curto prazo. O capital não tem pátria. O capital é de todos e não é de ninguém. O capital acorre naturalmente aos lugares onde há melhor aproveitamento dos recursos naturais e humanos existentes.

Então o que é que nos falta para tirar o País da crise? Obviamente, é Organização.

Os Portugueses por natureza são individualistas, indisciplinados e visceralmente avessos a qualquer forma de organização. Por isso, quando vão para o estrangeiro e são enquadrados numa boa organização são elementos de valor. Quando entregues a si próprios não conseguem organizar-se e tornam-se incapazes para a acção colectiva.

Em minha opinião, a raiz da crise que estamos actualmente atravessando está sobretudo na deficiente organização do Estado. Temos uma Assembleia da República que se diz constituída por representantes do Povo mas que, como toda a gente sabe, é constituída por representantes dos partidos políticos. Uma assembleia que não serve rigorosamente para nada senão para dar emprego aos políticos, uma vez que se esgota em discussões estéreis uma vez que as suas resoluções dependem apenas das cúpulas dos partidos e são de antemão conhecidas. Temos um poder executivo com duas cabeças, um Presidente da República praticamente sem poderes, isto é, sem ter nada que fazer, e um Primeiro-ministro tendo na sua dependência directa cerca de vinte ministérios, além de inúmeros Institutos, Altas Autoridades, Comissões Permanentes, etc. etc., o que não lhe permite coordenar nem controlar a sua acção e é contrário às regras mais elementares de Organização. Temos um poder judicial manietado por uma teia de leis que servem essencialmente para dar que fazer aos advogados mas que em muitos casos, paralisam a actividade económica ou impedem que se faça justiça em tempo útil.

A organização do Estado depende essencialmente da Constituição. Torna-se por isso necessário, a meu ver, considerar uma revisão profunda da actual Constituição, como o factor decisivo para resolver a crise numa perspectiva que vá para além do curto prazo.

Nenhum problema social poderá ser satisfatoriamente resolvido a longo prazo sem que previamente tenha sido resolvido o problema económico. Nenhum problema económico poderá ser satisfatoriamente resolvido a longo prazo sem que previamente tenha sido resolvido o problema financeiro. Nenhum problema financeiro poderá ser satisfatoriamente resolvido a longo prazo sem que previamente tenha sido resolvido o problema político. Resolver o problema político envolve necessariamente uma revisão profunda da Constituição que assim se torna a prioridade das prioridades.

Quais serão então os elementos básicos a considerar numa revisão profunda da Constituição? Creio que serão essencialmente três:
  • Respeitar o princípio básico da Democracia que é a chamada separação dos poderes (Legislativo, Executivo e Judicial) separação essa que actualmente, no caso dos dois primeiros, (Legislativo e Executivo) não se verifica.
  • Ter em conta que actualmente a política se faz na Televisão e não no Parlamento nem nos comícios, que só existem quando aparecem na Televisão.
  • Respeitar os princípios básicos da Organização, que são aqueles que vos ensinei há quarenta anos, que estou certo que não haveis esquecido e que, por isso, me dispenso de repetir.

Saturnino Monteiro

Escola Naval - 25 Novembro 2010

Mensagem da filha do Paulo Manuel Monteiro Marques

Olá Jorge,

Só para vos enviar um grande abraço, no dia dos 40 anos do vosso curso.
Tenho a certeza que o coração do meu pai estaria convosco neste dia; e não tendo comigo os contactos dos outros camaradas, atrevo-me a nomeá-lo a si como porta-voz.

Um beijo para todos,
Renata

Escola Naval - 25 Novembro 2010

Mensagem do Carlos Manuel Pereira Taveira Pinto


Caros Camaradas

Embora longe, como a maioria de vós sabe, não quero deixar passar este dia de romagem, confraternização e lembrança, enviando a todos um forte abraço de amizade.
Sinto com profunda mágua não poder estar fisicamente presente, para recordar e reviver um passado comum no cenário em que se desenrolou parte importante das nossas vidas de meninos adultos. Como diz o provérbio: "o que foi duro de sofrer é doce de recordar". E recordar, é também ter presente aqueles que já partiram e que não partiram sós, deixaram um pouco de si e levaram, certamente, um pouco de nós.

Camaradas e amigos, votos de muitas felicidades para todos do
C.Taveira Pinto

Escola Naval - 25 Novembro 2010


Senhor Almirante Comandante da Escola Naval,
Senhores Oficiais e Corpo de Alunos da Escola Naval,
Camaradas do Curso Baptista de Andrade:

Em nome do Curso Baptista de Andrade e a propósito dos seus 40 anos, cabe-me a honra de dirigir algumas palavras ao Corpo de Alunos da Escola Naval. Mas antes quero agradecer publicamente ao Senhor Almirante Seabra de Melo, ao Senhor Comandante Soares Ribeiro e a todos os que servem na nossa Escola Naval estes momentos de tão grande significado para cada um de nós.

Alunos da Escola Naval,

Sabemos que “ser aluno da Escola Naval é pertencer a um grupo restrito de homens e mulheres que herdam do passado, as tradições, o saber, a experiência, e toda uma cultura própria.” E nós, alunos do Curso Baptista de Andrade, temos hoje muito orgulho por fazermos parte do vosso passado. Mas queremos também trazer uma mensagem para o futuro. Futuro que infelizmente, por factores externos à nossa Marinha, é hoje tão problemático como o era há 40 anos.

Seja qual for o caminho que cada um vier a escolher, na Armada ou fora dela, garanto-vos que o que fica da passagem por esta Escola Naval será absolutamente indestrutível. Os valores, o saber, os laços de amizade e camaradagem, as lições aprendidas nas conquistas e nas derrotas, nos momentos de alegria e nos pincéis, serão uma marca indelével e diferenciadora de todos e cada um de vocês.

É por isso que devem fazer tudo para que a passagem pela Escola Naval seja tão positiva quanto possível. Só precisam, aqui e como em todas as situações da vossa vida, de estar focados no essencial e ter humildade e rigor na análise, honestidade e determinação na acção.
Sejam quais forem as circunstâncias, depende única e exclusivamente de cada um de vós sentir, daqui a 40 anos, a emoção e a alegria que estamos a sentir hoje.

Bem hajam e muitas felicidades na vossa formação e na vossa carreira.

sábado, 20 de novembro de 2010

Escola Naval - 25 Novembro 2010

Mensagens do José Eduardo Leopoldo Correia Galeão


16.11.10

Camaradas.

Não poderei estar presente no evento a realizar na EN, com muita pena minha. No entanto, quero deixar um agradecimento e um forte abraço a todos vós.
Quando da altura do "brinde" também estarei presente a comemorar os 40 (porra, tantos!) no nosso BA.

Cumprimentos,
José Galeão


19.11.10

Camarada e amigo Jorge

Apoio, completamente, tudo quanto escreveste. E, como alguém disse, "Por vezes deixamos passar o tempo porque pensamos não ter tempo para dedicar a quem devemos . Depois, de um dia para o outro, o tempo leva-nos e, aí, já é tarde pera trazer o tempo". Hoje, enquanto há tempo, agradeço a todos a camaradagem e amizade que o tempo não apagou e que, de forma única, ficou marcada em mim na passagem pela EN, no curso BA.
Depois da saída da EN fui para Angola e chamado para o exército. Andei aos tiros com o Chipenda (MPLA), na zona do Huambo mas se me perguntarem os nomes dos camaradas de então (exército) digo, com toda a sinceridade, já não me lembro!
Mas da EN jamais esqueci. Foram três anos que nunca esquecerei.

Obrigado e até sempre.
José Galeão

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Escola Naval - 25 Novembro 2010

Mensagem do José Joaquim Fernandes



Caros camaradas

Não irei estar presente no almoço dos 40 anos. Espero que tenham um excelente dia.

Um abraço
jf

Escola Naval - 25 Novembro 2010

Mensagem do Luís Filipe Borges Pereira e Cruz


Caros Camaradas

Na impossibilidade de estar na EN envio um abraço, desejando que passem um óptimo dia.

Pereira e Cruz

Escola Naval - 25 Novembro 2010

Mensagem do Fernando Carlos Barata de Lima da Fonseca


Caros Camaradas,

Ainda não tinha respondido, não por desinteresse ou esquecimento, mas porque estando fora do país estive a tentar encontrar uma possibilidade de estar presente. Infelizmente desta vez não vai ser possível. No entanto partilho completamente as palavras do Bettencourt, aliás alguns de vocês com quem tenho tido a oportunidade e o privilégio de contactar pessoalmente, sabem do respeito e reconhecimento que tenho pela formação que a EN nos deu, pelas excelentes experiências profissionais e humanas que a Marinha nos proporcionou e pelos laços de camaradagem desenvolvidos. Sinto pena que o país em geral não reconheça esta excelência.
Desejo que passem um óptimo momento de boas recordações na EN.

Um abraço amigo e...um porradãozito à Cébia!!
Velho

Escola Naval - 25 Novembro 2010

Mensagem do Luís Alberto Pessoa da Fonseca e Castro


Camaradas e Amigos,

Com grande pena minha, informo que não me será possível estar presente nas cerimónias dos nossos 40 anos.
Desejo a todos uma excelente jornada e manifesto-me ao vosso dispor aqui em Viseu.

Abraço para todos.
Luís Castro

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

PAULO MANUEL

ALTRUÍSMO 

Desde há vários anos, quando me foi sugerida a ideia de definir uma pessoa numa só palavra (como se isso fosse possível …), que a palavra altruísmo tem sido sempre por mim associada ao meu irmão Paulo.

Nunca conheci outra pessoa que estivesse permanentemente disponível para ajudar os outros, não de uma forma generalista e de “missão” (no mau sentido do termo), mas de uma forma específica e particular para cada um de nós que, nesses momentos, sentíamos o seu genuíno e desinteressado empenho em resolver problemas que lhe eram colocados, em nos aconselhar com muita serenidade e valor, ou simplesmente para nos escutar os desabafos. Sempre contámos com ele, como contamos com o Sol que todos os dias nos ilumina. Ainda ontem, um grande amigo que nos conhece há quase cinquenta anos me dizia que, durante todo esses anos, não se lembra de alguma vez ter ouvido o meu irmão dizer Não a qualquer pedido de ajuda.

Deixou-nos fisicamente, mas teve, como sempre, o cuidado de não nos deixar desamparados; a sua memória está recheada de tantos bons momentos que nos será sempre possível tê-lo presente no nosso espírito. Pessoalmente, tenho conseguido aplacar a minha dor com o pensamento de que ele, seguramente, não gostaria que o recordássemos com lágrimas, mas sempre com uma enorme alegria pelos inúmeros e sempre agradáveis momentos de convívio que cada um de nós, individual e colectivamente, com ele partilhámos.

Também nos deixou duas grandes heranças, as quais teremos de ser merecedores de respeitar e acarinhar.

Por um lado, o seu Exemplo de bondade, honestidade, honradez e sentido de justiça que nos compete transmitir aos nossos filhos e netos e, com uma convicção tão forte, que também eles sintam prazer e utilidade em o transmitir aos seus próprios filhos e netos; a sua memória irá perdurar por muitas décadas e, nesse sentido, só morrerá quando nós o permitirmos. Numa sociedade onde cada vez mais se sabe o preço de tudo, mas se deixou de conhecer o valor do que é realmente importante, é bom saber e dar a conhecer que continuam a existir pessoas como o Manuel, que são capazes de manter integralmente os seus valores, independentemente das injustas consequências que daí lhe possam advir – como, de resto, com ele aconteceu a nível profissional -, e conseguem fazê-lo com um empenho e um entusiasmo que, só ele próprio, soube onde os angariar.

Por outro lado, o Paulo Manuel deixou-nos bem viva aquela que é, ele próprio isso me ensinou, a maior obra que jamais poderemos construir: os nossos filhos. A Renata, cuja vida e alegria transbordante (que há-de voltar, estou disso seguro, por muito que a tua actual tristeza nisso não te deixe por agora pensar) tanto tem encantado as nossas existências, está naturalmente a construir o seu próprio caminho, mas já nos tem mostrado que, simultaneamente, consegue conciliar essa autonomia com a continuidade que vai dando à obra e aos valores do seu Pai.

Termino, com um merecido e justíssimo reconhecimento: tudo o que o Henrique, o Kiau, o Paulo e eu próprio temos de bom nas nossas maneiras de ser tem uma raiz comum, os nossos pais.

Evocação pelo irmão João Monteiro Marques
26.10.2010

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Até um dia, Amigo!

A morte é tão estúpida quanto certa e real.
Mas nunca a aceitaremos como tal, e ainda mais quando é inesperada, qual coice brutal da besta-destino.
E invariavelmente, leva-nos sempre à mesma pergunta: Porquê?
No teu caso, esta pergunta é ainda mais plausível e justificada.
Embora não muito bem tratado pela organização que sempre dedicadamente serviste durante grande parte da tua vida, foste um militar exemplar e intocável.
Mas, muito mais do que isso, foste um Homem íntegro e generoso e um pai extremoso e sempre atento em quem a Renata terá razões fundadas para um imenso e eterno orgulho.
Nesta tua efémera passagem pela vida pautaste-te sempre por uma integridade de princípios que fez com que te admirássemos pela tua honestidade intelectual, pela clarividência das tuas posições mesmo em situações de diferenças ideológicas (não de filosofia, mas de modos de actuação), sem que nunca te deixasses resvalar para posições primárias, apaixonadas, extremadas e inconsequentes, mas acima de tudo, e sempre, em qualquer circunstância, pela tua amizade sincera, sempre disponível e sempre presente.
Neste dia em que fisicamente nos deixaste, nesta hora de dor daqueles com que contigo tiveram o grande privilégio de privar e de te ter como Amigo, fica o sentimento de um enorme vazio e de uma profunda saudade.
Seja onde for que agora estejas, estou certo de que um dia nos encontraremos para, como em tantas outras ocasiões, pormos a conversa em dia.
Obrigado, Paulo, pela tua amizade, e até um dia!

sábado, 23 de outubro de 2010

Adeus irmão, até sempre!



Paulo Manuel Monteiro Marques, 1949-2010


Paulo, sabíamos que não estarias na Escola Naval para comemorar os 40 anos da nossa entrada porque uns dias antes partias para mais uma das viagens da tua vida.
Afinal a vida não ligou aos teus planos e antecipou a tua partida. Não vamos contar contigo neste como em eventos futuros.
Mas caramba, em todos eles vais estar no lugar de honra da nossa memória individual e colectiva. Serás sempre uma referência como Ser Humano forte, vertical, honesto, rigoroso, sensato e, acima de tudo, solidário e amigo.

Obrigado!

terça-feira, 12 de outubro de 2010

A nossa culpa

Dizem que somos todos culpados pela situação de Portugal.
É verdade, somos todos culpados quanto mais não seja por tolerarmos os actuais dirigentes financeiros e políticos, estejam eles em Lisboa, em Bruxelas, em Frankfurt, em Washington ou em Nova Iorque.
A ilusão de um sistema económico dominado por mecanismos de reforço exclusivamente baseados nos resultados financeiros e onde os processos reguladores e de equilíbrio foram anulados, só podia ter este resultado. Foram criadas condições ideais para dirigentes cuja ideologia é a mentira e a prática o tráfico de influências tomarem o poder e levarem os Estados mais frágeis e as respectivas estruturas e empresas, públicas e privadas, ao charco. É ver por exemplo a substituição das estruturas produtivas nacionais por empresas de serviços internacionais, o investimento público em projectos financeiramente desastrosos com parcerias público-privadas ou a forma como a União Europeia e os governos usam os mecanismos de concentração nos programas-quadro, nos concursos públicos e nos ajustes directos para eliminar a concorrência e reforçar os designados campeões, criando oligarquias público-privadas que funcionam como governos de poucos em benefício próprio.
Mas estas oligarquias público-privadas só podiam sobreviver em democracia se a maioria do eleitorado se mantivesse satisfeita ou amorfa. Para isso deram-lhe emprego pouco exigente e de muito baixa produtividade, crédito fácil e abundante, produtos de consumo e sobretudo informação apresentada como base do pensamento. Como a mente humana pensa com ideias e não com informações (as informações não criam ideias, as ideias criam informações) era inevitável o empobrecimento espiritual e a perda da diversidade cultural, eufemisticamente chamados de fim das ideologias
Parece que a farra das duas últimas décadas chegou ao fim e os mesmos de sempre vão ter de pagar a conta. Os poucos ricos vão continuar ainda mais ricos e os muitos pobres vão ficar ainda mais pobres. E desengane-se quem pensar que uma mudança de governo resolve o problema. Se os padrões de pensamento e comportamento que produziram os actuais dirigentes se mantiverem intactos, não tenho dúvida que mais cedo do que tarde produzirão nova fornada com outra roupagem mas com o mesmo resultado funesto para a sociedade.
O futuro dos meus netos preocupa-me muito e é necessário e urgente alterar aqueles padrões. Para isso estou disponível para trabalhar e criar sinergias com quem tenha as mesmas preocupações e privilegie a verdade, a inteligência, o rigor e a seriedade de processos.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Ainda a Sagres 1971

Mais duas peças arqueológicas do espólio do Sousa Machado

sábado, 19 de junho de 2010

Rescaldo de um jantar

Foi extremamente agradável (re)encontrar amigos, alguns dos quais não se viam desde a saída da EN, e simultaneamente rejuvenescedor rever em 3 curtas horas algumas passagens bizarras de uma vida de 40 anos.
Que se mantenha sempre vivo o espírito do BA!

Malaio

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Testemunho

Há quarenta anos, sabe-se lá porque estranhas e variadas razões, cinquenta e um jovens decidiram juntar-se num feio e austero edifício na mata do Alfeite. Vieram dos locais mais díspares, do nordeste transmontano às terras moçambicanas, com a cabeça cheia de sonhos e ingenuidade. Disseram-lhes que faziam parte de um curso chamado Baptista de Andrade e com esse rótulo viveram os primeiros quatro anos do resto das vidas. Se alguém tivesse calculado a probabilidade de cada um daqueles indivíduos se encontrar com os outros cinquenta, teria concluído que era semelhante à de me sair hoje o Euromilhões!

Apesar da baixíssima probabilidade da ocorrência, acabaram por formar um grupo que, por facilidade de catalogação, se designou por BA. O interessante é que tão inusitado grupo acabou por ser significativamente enriquecido e fortalecido por outros jovens que também se tinham encontrado um ano antes, no mesmo local, provavelmente por outras estranhas e variadas razões.

Passados quarenta anos, apesar de todas as vicissitudes e dos muitos e diferentes caminhos que cada um de nós escolheu, sinto que os laços que me unem a todos e cada um dos Amigos e Camaradas com quem partilhei, nos quatro anos da Escola Naval, alegrias e tristezas, conquistas e derrotas, prazeres e pincéis, são absolutamente indestrutíveis!

Não me interessa se vocês são BA, AC, CR, bufos, paisanos, progressistas, reaccionários, católicos, ateus, doidos, cagões ou outra coisa qualquer. O que me interessa é que todos e cada um de vocês influenciaram decisivamente a minha atitude perante a vida e o mundo.
Sem a improvável ocorrência de há quarenta anos, seria certamente uma pessoa muito diferente. Não sei se melhor ou pior, mas de certeza muito diferente!

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Sagres 1971

Algures entre Portugal e o Brasil

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Relíquia de um Jantar



MARINHA
ORDEM DE SERVIÇO AO CURSO "BAPTISTA DE ANDRADE"

O "Penico" Chefe do Curso determina e manda publicar o seguinte:

1 - LOUVORES
2 - PROMOÇÕES
3 - MUDANÇAS DE SITUAÇÃO
4 - DESEMPENHO DE FUNÇÕES
5 - ASSUNTOS DE SAÚDE
6 - REQUERIMENTOS
7 - DECLARAÇÕES
8 - EXONERAÇÕES
9 - MOVIMENTO DE OFICIAIS
10 - CURSOS E INSTRUÇÕES
11 - AVISOS

1 - LOUVORES
1º Ten. PAULO NANUEL MONTEIRO MARQUES
1º Ten. MANUEL LUIS LONGO ALVES DINIS
1º Ten. MANUEL JOSÉ COSTA COELHO DA SILVA
1º Ten. AUGUSTO JOSÉ BRITO DA SILVA
1º Ten. JOAQUIM NOBRE
Louvados por despacho do Chefe do Estado Maior da Armada pela brilhante actuação que desenvolveram no âmbito televisivo (British Broadcasting Corporation), desencadeando um progressivo e fácil gargalhar e demonstrando possuir toda uma gama de qualidades culminadas com a atribuição de vários prémios internacionais, entre os quais há a realçar "O pacote de farinha amparo de prata" e o "Balde de fibra sintética", galardões muito apetecidos no mundo do espectáculo.

2 - PROMOÇÕES
1º Ten. FERNANDO CARLOS BARATA DE LIMA DA FONSECA, promovido por antiguidade ao posto de C/Alm. reformadíssimo. Este Oficial fica situado à esquerda de Deus Pai Todo Poderoso e à direita da Virgem Maria – Não são devidos emolumentos, pelo facto da respectiva taxa se ter dissipado na bruma dos tempos.
1º Ten. MANUEL VICTORINO NUNES TEIXEIRA, promovido, em acelerado, ao , posto de Almirante da Armada, passando imediata e sucessivamente as situações de Reserva e Reforma em virtude da velocidade inicial adquirida.

3 - MUDANÇA DE SITUAÇÃO
Por urgência e conveniência do Serviço e antes da publicação em ordem da Armada, o 1º Ten. JOSÉ INÁCIO BAPTISTA VIEGAS passa do NRP. “ALM. PEREIRA DA SILVA" (Chefe do Serviço de Artilharia) ao NRP. "NEREU" (Chefe do Serviço de Bridge).

4 - DESEMPENHO DE FUNÇÕES
1º Ten . JOÃO PEDRO FELÍCIA MOREIRA, nomeado por escolha (por razões de afinidade) para desempenhar as funções de mordomo na residência oficial da Rainha do "ZIMBABUÉ". Antes do seu destacamento, deve frequentar um curso intensivo de ginástica horizontal rítmica.

5 - ASSUNTOS DE SAÚDE
1º Ten. JOSE MANUEL FARINHA VARGAS, baixou ao Hospital de Marinha com trânsito para a Junta de Investigação Científica, a fim de ser devidamente averiguado o destino das virtualhas que ingere alarvemente, não se notando melhoramento sensível no seu aspecto. Depois de analizados os resultados da investigação, deve ser presente à Junta de Saúde Naval para averiguações do motivo porque vem ostentando uma Coloração acentuadamente "verde".

6 - REQUERIMENTOS
O requerimento em que o 1º Ten. MANUEL LUIS LONGO ALVES DINIS, pedia autorização para tomar posse do cargo de 4º Tesoureiro do Sport Lisboa e Benfica, teve o seguinte despacho do Director do Serviço do Pessoal: "Indeferido, pelo facto do requerente não estar habilitado com a disciplina de Contabilidade futebolística do ano propedeutico".
O requerimento em que o 1º Ten. SIMÃO NEVES DE ALMEIDA, pedia autorização para tomar posse do cargo de Treinador do Sporting Club de Portugal,vago desde a digressão daquele Club à República Popular de Angola, mereceu o seguinte despacho,do Director do Serviço do Pessoal: "Indeferido, pelo facto do requerente ter sido detectado a frequentar assiduamente as instalações da Luz".
O requerimento em que o 1º Ten. ORLANDO DA SILVA PAULINO pedia para se transferir da sua actual residência para a reserva "Chipokeva" dos Índios Navais, mereceu o seguinte despacho do Director do Serviço do Pessoal: "Autorizada a mudança a título permanente, abonando-lhe o Estado a passagem de ida".
O requerimento em que o 1º Ten. JOSÉ JOAQUIM FERNANDES pedia autorização para desenvolver pesquisas no âmbito da sua vetusta árvore geneológica, teve o seguinte despacho do Director do Serviço de Instrução: "Indeferido, por se recear que das averiguações a desenvolver se conclua pela sua directa descendência "Archeopterix Lithografica".

7 - DECLARACÕES
Para todos os efeitos legais se declara, que o acidente sofrido pelo 1º Ten. VICTOR MANUEL LOUREIRO GRÁCIO, quando da sua brilhante actuação no "Lupanar de Madame Chalupa" pode acarretar consequências graves para o ofendido, em especial, a impossibilidade de modificar o formato em telha do seu apêndice bocal. É-lhe atribuido um grau de incapacidade de 800%.

8 - EXONERAÇÕES E NOMEACÕES
1º Ten. JOAQUIM NOBRE, nomeado por escolha para prestar serviço em acumulação no Comando da Defesa Marítima dos Postos da "Praça da Alegria", a fim de proceder urgentemente a sondagens perfurantes nos substratos eventualmente virgens existentes no subsolo da região periférica à aludida praça.

9 - MOVIMENTO DE OFICIAIS
Por urgência e conveniência do serviço e antes da publicação em Ordem da Armada:
O 1º Ten. MANUEL BELARMINO DA SILVA LOPES passa da Repartição dos Serviços de Marinha de Macau ao Aquário Vasco da Gama (Secção de Girinos).
O movimento do 1º Ten. LUIS FILIPE PEREIRA DA CRUZ para a Federação Portuguesa de Pesca, com destino ao torneio mundial de Pesca à linha, fica suspenso até que aquele Oficial apresente declaração Comprovativa da modalidade em que se vai inscrever. Se for na qualidade de cana, desde já é "indeferido".

10 - CURSOS E INSTRUÇÕES
1º Ten. JÚLIO MANUEL SAJARA MADEIRA, considerado especializado em ginástica horizontal,
1º Ten. ANTÓNIO JOÃO COTA FEVEREIRO nomeado por escolha para frequentar no H.M. S. "JOHNNIE WALKER’s ", na Escócia, o Curso "NAVAL WINES, BRANDIES AND BAGAÇOS". Este Oficial deverá frequentar, previamente, um estágio de um mês na Adega Cooperativa de Reguengos de Monsaraz.

11 - AVISOS
Avisa-se que, por decisão democrática, a organização do próximo jantar de curso caberá aos dois Oficiais mais antigos presentes.